Pesquisa realizada pelo biólogo
Ingo Isernhagen
na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
(Esalq) da Universidade de São Palo (USP),
em Piracicaba, aplicou semeadura direta
de espécies árboreas nativas
em Áreas de Preservação Permanente (APP).
O método obteve eficiente
cobertura florestal de áreas degradadas
e com custo menor na comparação
com a utilização do plantio de mudas.
Financiada pela Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado de São Paulo
(Fapesp), a pesquisa foi desenvolvida
em duas áreas experimentais localizadas
em duas APPs na Usina São João (USJ),
em Araras (interior de São Paulo).
Entre os anos de 2006 e 2007,
pesquisadores do Laboratório
de Ecologia e Restauração Florestal(LERF),
coordenado pelo professor Ricardo Rodrigues,
realizaram o Programa de Adequação Ambiental da USJ.
"Naquela época foram realizados
os primeiros contatos com os administradores,
especialmente do Programa Margem Verde,
que já executava plantios de árvores na usina,
sobre o interesse em utilizar áreas
com passivo ambiental para implantação
de experimentos de restauração florestal pelo LERF",
relata Ingo.
Além de ceder as áreas,
a equipe do Programa Margem Verde
forneceu mão-de-obra e alguns
insumos, sendo imprescindível
para a implantação e acompanhamento do projeto.
O estudo partiu da observação
da necessidade de criar métodos
alternativos ou complementares
para o plantio de mudas de espécies arbóreas nativas
para restauração florestal de áreas degradadas,
eficientes do ponto de vista técnico e econômico.
"O trabalho teve como objetivo geral
avaliar a eficiência técnica e econômica
da semeadura direta de espécies arbóreas nativas
para a colonização inicial de áreas agrícolas
abandonadas com baixa capacidade
de auto-regeneração e para
o enriquecimento de áreas florestais restauradas
com baixa riqueza de espécies", conta o biólogo.
A pesquisa testou diferentes densidades
de sementes de espécies arbóreas nativas
necessárias para a ocupação inicial
das áreas degradadas. Uma vez instalados os experimentos, avaliaram-se também o tempo
para ocupação dessas áreas
e os investimentos financeiros necessários,
além de parâmetros de desenvolvimento
da comunidade florestal.
Para a primeira ocupação da área degradada
foram utilizadas espécies arbóreas nativas
de rápido crescimento e que fornecessem
boa cobertura de copa
(semeadura de preenchimento,
com espécies denominadas "espécies de preenchimento").
Algumas das espécies utilizadas
para preenchimento foram timboril
(Enterolobium contortisiliquum), mutambo (Guazuma ulmifolia),
lobeira (Solanum lycocarpum),
pau-cigarra (Senna multijuga),
monjoleiro (Acacia poliphylla),
paineira (Ceiba speciosa),
sangra-d’água (Croton urucurana),
capixingui (Croton floribundus),
canafístula (Peltophorum dubium), entre outras.
SUSTENTABILIDADE
Uma vez ocupadas as áreas, foi feita
a semeadura de enriquecimento,
com espécies diferentes das primeiras,
promovendo a auto sustentabilidade da floresta.
Nessa etapa, foram plantadas
espécies como jatobá (Hymenaea courbaril),
cedro (Cedrela fissilis),
cabreúva (Myroxylon peruiferum),
jequitibá (Cariniana estrellensis),
pau-marfim (Balfourodendron riedelianum)
e a copaíba (Copaifera langsdorfii),
entre outras trinta espécies.
Os resultados mostraram que houve
excelente cobertura da área degradada
em cerca de dois anos e meio,
período semelhante ao que normalmente acontece
com o plantio de mudas.
As densidades testadas permitiram também
a formação de uma comunidade
florestal mais densa do que a formada
por plantios de mudas
em espaçamento 3 metros (m) x 2m (mais comum).
Enquanto nesse método a densidade
é de 1.666 indivíduos/hectare,
na semeadura direta alcançaram-se
densidades estimadas
entre 1.215 e 13.000 indivíduos/hectare.
"O custo para aquisição de sementes
para obter uma muda no campo a partir
de semeadura direta da maioria das espécies
utilizadas pode ser duas a três vezes menor
que o preço de uma muda em viveiro",
revela o pesquisador.
"Ressalte-se que o método pode
e deve ser adotado de forma complementar
ou associado ao plantio de mudas,
e não necessariamente substituir o mesmo.
Não foi possível avaliar,
durante o tempo de execução da tese,
se a semeadura direta de enriquecimento
é viável técnica e economicamente,
mas os resultados preliminares também
indicam que o método é promissor,
podendo ser adotado inclusive para outras
formas biológicas, como arbustos e lianas."
Ingo salientou também que é
importante desenvolver o manejo
de sementes de espécies nativas,
desde a colheita no momento
apropriado até o armazenamento.
"A qualidade do lote de sementes
pode ter implicações diretas,
junto a outros fatores de campo,
no sucesso do método", enfatiza.
"É necessário atentar ainda para problemas
relacionados à infestação por plantas daninhas
especialmente nos primeiros meses
após a semeadura, ao revolvimento do solo por animais,
à predação por formigas e à profundidade
em que é colocada a semente,
entre outros fatores que devem
ainda ser melhor estudados".
A pesquisa faz parte da tese de doutorado
Uso de semeadura direta de espécies arbóreas
nativas para restauração florestal de áreas agrícolas,
sudeste do Brasil, apresentada no
Programa de Pós-graduação em Recursos Florestais da Esalq.
O trabalho teve orientação do professor
Ricardo Ribeiro Rodrigues,
do Departamento de Ciências Biológicas (LCB) da Esalq.
MAIS INFORMAÇÕES
Igor Isernhagen
E-mail: ingoise@gmail.com
FONTE
Agência USP de Notícias
Telefone: (11) 3091-4411
E-mail: agenusp@usp.br
www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11
150/tde-20102010-155109/pt-br.php
Programa de Pós-graduação em Recursos Florestais da Esalq
www.esalq.usp.br/pg/11150.htm
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
www.fapesp.br
Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal
www.lerf.esalq.usp.br
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
www.esalq.usp.br
Departamento de Ciências Biológicas
www.lcb.esalq.usp.br
Agência USP de Notícias
www.usp.br/agen
Ricardo Ribeiro Rodrigues
buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visual
izacv.jsp?id=K4787054H0
ingoise@gmail.com
ingoise@gmail.com
Ingo Isernhagen
sistemas3.usp.br/tycho/curriculoLattesMo
strar?codpes=5987101
agenusp@usp.br
agenusp@usp.br
USP
www.usp.br
Ingo Isernhagen
na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
(Esalq) da Universidade de São Palo (USP),
em Piracicaba, aplicou semeadura direta
de espécies árboreas nativas
em Áreas de Preservação Permanente (APP).
O método obteve eficiente
cobertura florestal de áreas degradadas
e com custo menor na comparação
com a utilização do plantio de mudas.
Financiada pela Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado de São Paulo
(Fapesp), a pesquisa foi desenvolvida
em duas áreas experimentais localizadas
em duas APPs na Usina São João (USJ),
em Araras (interior de São Paulo).
Entre os anos de 2006 e 2007,
pesquisadores do Laboratório
de Ecologia e Restauração Florestal(LERF),
coordenado pelo professor Ricardo Rodrigues,
realizaram o Programa de Adequação Ambiental da USJ.
"Naquela época foram realizados
os primeiros contatos com os administradores,
especialmente do Programa Margem Verde,
que já executava plantios de árvores na usina,
sobre o interesse em utilizar áreas
com passivo ambiental para implantação
de experimentos de restauração florestal pelo LERF",
relata Ingo.
Além de ceder as áreas,
a equipe do Programa Margem Verde
forneceu mão-de-obra e alguns
insumos, sendo imprescindível
para a implantação e acompanhamento do projeto.
O estudo partiu da observação
da necessidade de criar métodos
alternativos ou complementares
para o plantio de mudas de espécies arbóreas nativas
para restauração florestal de áreas degradadas,
eficientes do ponto de vista técnico e econômico.
"O trabalho teve como objetivo geral
avaliar a eficiência técnica e econômica
da semeadura direta de espécies arbóreas nativas
para a colonização inicial de áreas agrícolas
abandonadas com baixa capacidade
de auto-regeneração e para
o enriquecimento de áreas florestais restauradas
com baixa riqueza de espécies", conta o biólogo.
A pesquisa testou diferentes densidades
de sementes de espécies arbóreas nativas
necessárias para a ocupação inicial
das áreas degradadas. Uma vez instalados os experimentos, avaliaram-se também o tempo
para ocupação dessas áreas
e os investimentos financeiros necessários,
além de parâmetros de desenvolvimento
da comunidade florestal.
Para a primeira ocupação da área degradada
foram utilizadas espécies arbóreas nativas
de rápido crescimento e que fornecessem
boa cobertura de copa
(semeadura de preenchimento,
com espécies denominadas "espécies de preenchimento").
Algumas das espécies utilizadas
para preenchimento foram timboril
(Enterolobium contortisiliquum), mutambo (Guazuma ulmifolia),
lobeira (Solanum lycocarpum),
pau-cigarra (Senna multijuga),
monjoleiro (Acacia poliphylla),
paineira (Ceiba speciosa),
sangra-d’água (Croton urucurana),
capixingui (Croton floribundus),
canafístula (Peltophorum dubium), entre outras.
SUSTENTABILIDADE
Uma vez ocupadas as áreas, foi feita
a semeadura de enriquecimento,
com espécies diferentes das primeiras,
promovendo a auto sustentabilidade da floresta.
Nessa etapa, foram plantadas
espécies como jatobá (Hymenaea courbaril),
cedro (Cedrela fissilis),
cabreúva (Myroxylon peruiferum),
jequitibá (Cariniana estrellensis),
pau-marfim (Balfourodendron riedelianum)
e a copaíba (Copaifera langsdorfii),
entre outras trinta espécies.
Os resultados mostraram que houve
excelente cobertura da área degradada
em cerca de dois anos e meio,
período semelhante ao que normalmente acontece
com o plantio de mudas.
As densidades testadas permitiram também
a formação de uma comunidade
florestal mais densa do que a formada
por plantios de mudas
em espaçamento 3 metros (m) x 2m (mais comum).
Enquanto nesse método a densidade
é de 1.666 indivíduos/hectare,
na semeadura direta alcançaram-se
densidades estimadas
entre 1.215 e 13.000 indivíduos/hectare.
"O custo para aquisição de sementes
para obter uma muda no campo a partir
de semeadura direta da maioria das espécies
utilizadas pode ser duas a três vezes menor
que o preço de uma muda em viveiro",
revela o pesquisador.
"Ressalte-se que o método pode
e deve ser adotado de forma complementar
ou associado ao plantio de mudas,
e não necessariamente substituir o mesmo.
Não foi possível avaliar,
durante o tempo de execução da tese,
se a semeadura direta de enriquecimento
é viável técnica e economicamente,
mas os resultados preliminares também
indicam que o método é promissor,
podendo ser adotado inclusive para outras
formas biológicas, como arbustos e lianas."
Ingo salientou também que é
importante desenvolver o manejo
de sementes de espécies nativas,
desde a colheita no momento
apropriado até o armazenamento.
"A qualidade do lote de sementes
pode ter implicações diretas,
junto a outros fatores de campo,
no sucesso do método", enfatiza.
"É necessário atentar ainda para problemas
relacionados à infestação por plantas daninhas
especialmente nos primeiros meses
após a semeadura, ao revolvimento do solo por animais,
à predação por formigas e à profundidade
em que é colocada a semente,
entre outros fatores que devem
ainda ser melhor estudados".
A pesquisa faz parte da tese de doutorado
Uso de semeadura direta de espécies arbóreas
nativas para restauração florestal de áreas agrícolas,
sudeste do Brasil, apresentada no
Programa de Pós-graduação em Recursos Florestais da Esalq.
O trabalho teve orientação do professor
Ricardo Ribeiro Rodrigues,
do Departamento de Ciências Biológicas (LCB) da Esalq.
MAIS INFORMAÇÕES
Igor Isernhagen
E-mail: ingoise@gmail.com
FONTE
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Telefone: (11) 3091-4411
E-mail: agenusp@usp.br
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Uso de semeadura direta de espécies arbóreas nativas para restauração florestal de áreas agrícolas, sudeste do Brasilwww.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11
150/tde-20102010-155109/pt-br.php
Programa de Pós-graduação em Recursos Florestais da Esalq
www.esalq.usp.br/pg/11150.htm
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www.fapesp.br
Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal
www.lerf.esalq.usp.br
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www.esalq.usp.br
Departamento de Ciências Biológicas
www.lcb.esalq.usp.br
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Ricardo Ribeiro Rodrigues
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izacv.jsp?id=K4787054H0
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sistemas3.usp.br/tycho/curriculoLattesMo
strar?codpes=5987101
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